Seis policiais militares e um civil foram presos em uma operação realizada contra extorsão de ambulantes estrangeiros na região do Brás, localizado no Centro de São Paulo. A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), juntamente com as corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil. Foi descoberto que os agentes exigiam dos ambulantes o pagamento de R$ 15 mil por ano, além de mais R$ 300 semanalmente para permitir a permanência deles na região.
A operação, chamada de Aurora, resultou na prisão de seis policiais militares, com 15 mandados de prisão preventiva sendo cumpridos, juntamente com 20 mandados de busca e apreensão, atingindo tanto pessoas jurídicas quanto físicas. A investigação revelou que oito empresas e 21 indivíduos tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados, como parte da apuração dos crimes cometidos pelos agentes da segurança pública.
Uma testemunha protegida afirmou ao Gaeco que trabalha nas proximidades da rua Tiers há seis anos e que foi coagida a pagar R$ 15 mil anualmente, além de mais R$ 300 semanalmente para garantir sua permanência na região. De acordo com os promotores, muitos vendedores ambulantes são imigrantes da América do Sul e não possuem acesso a linhas de crédito, sendo obrigados a recorrer a agiotas para obter o dinheiro exigido pelos criminosos.
Além dos policiais militares, uma escrivã da Polícia Civil, que tem ou teve ligação com um sargento da PM, foi flagrada intimidando comerciantes juntamente com outras pessoas. A investigação demonstrou que os agentes da segurança pública estavam se aproveitando da vulnerabilidade dos ambulantes estrangeiros, exigindo pagamentos irregulares para permitir que continuassem exercendo suas atividades na região conhecida pelo comércio popular.
A obtenção de informações a partir de denúncias da Corregedoria da PM foi o ponto inicial da investigação do Gaeco, que identificou a atuação criminosa dos agentes públicos. Os promotores constataram que os agiotas que recebiam os pagamentos irregulares dos ambulantes utilizavam os serviços dos policiais militares para pressionar aqueles que não estavam em dia com as extorsões. A ação criminosa envolveu tanto policiais da ativa quanto reformados, evidenciando a gravidade do esquema ilegal que vinha ocorrendo na região do Brás.
Diante da gravidade dos crimes cometidos pelos agentes da segurança pública, a megaoperação realizada pelo Gaeco em conjunto com as corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil resultou na prisão dos envolvidos e na quebra dos sigilos bancário e fiscal de diversas empresas e pessoas físicas. A atuação dos promotores e das corregedorias foi fundamental para identificar e desarticular o esquema de extorsão que prejudicava os ambulantes estrangeiros da região do Brás, garantindo assim a integridade e a segurança dos comerciantes locais.