Polícia Civil do RJ investiga nutricionista por estelionato e tráfico de drogas

Nutricionista investigada no RJ por suspeita de estelionato, falsificação de documentos e tráfico de drogas. Polícia realiza buscas em endereços relacionados.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está realizando buscas em diversos endereços relacionados à nutricionista Paula Carolina Morais, que está sob investigação por suspeita de estelionato, falsificação de documento e tráfico de drogas. De acordo com as informações levantadas, ela teria utilizado dados de funcionários da Light para fraudar reembolsos de planos de saúde, prejudicando mais de 100 pessoas. A ação da polícia teve início na manhã desta sexta-feira (20) e agentes da 52ª DP (Nova Iguaçu) estão cumprindo mandados de busca e apreensão em sete endereços suspeitos.

A investigação revelou que Paula abria contas bancárias em nome de pacientes, requisitava exames e medicamentos fraudulentos e recebia os reembolsos dos planos de saúde. Quando as operadoras de saúde descobriram a fraude, acabaram por descredenciar os clientes afetados, o que resultou na demissão dos funcionários prejudicados da empresa de energia. O esquema fraudulento elaborado pela nutricionista contabiliza até o momento 121 denúncias em diferentes delegacias, sendo 32 delas registradas apenas na delegacia de Nova Iguaçu.

O golpe aplicado por Paula envolvia um falso reconhecimento facial dos pacientes, realizado durante a primeira consulta. As vítimas eram solicitadas a fornecer login e senha do plano de saúde, supostamente para cadastro de reembolso assistido. Em seguida, eram fotografadas sem saber que a imagem seria utilizada para a abertura de uma conta bancária digital em seus nomes. Outra foto era tirada na segunda consulta para fins de reconhecimento facial e solicitação de reembolso, sem o consentimento dos pacientes.

Além da fraude nos reembolsos, a nutricionista também receitava e fornecia medicamentos de uso controlado ilegalmente aos pacientes. Mensagens trocadas entre ela e os clientes indicam a entrega de substâncias como Durateston e Masteron, utilizadas em terapias hormonais, o que só poderia ser feito por um médico devidamente habilitado. Os produtos eram relacionados à musculação e desempenho esportivo, práticas proibidas pelo Conselho Federal de Medicina desde 2023.

Os funcionários da Light, prejudicados pelos golpes da nutricionista, foram descredenciados dos planos de saúde e, consequentemente, demitidos após a descoberta da fraude. Muitos deles, com anos de serviço prestado à empresa de energia, enfrentam dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho. Enquanto isso, a defesa de Paula Morais alega sua inocência e afirma que ela não cometeu os crimes atribuídos pelos ex-funcionários lesados. O Conselho Regional de Nutrição instaurou um processo administrativo para investigar a denúncia, e a Amil formalizou uma notícia-crime à autoridade policial diante dos comportamentos fraudulentos identificados.