Operação Tacitus desmantela esquema de corrupção policial em São Paulo: PF e MP agem contra crimes de extorsão e colaboração com facções criminosas.

Delegado preso em operação conjunta da PF e MP de combate à corrupção policial. Investigação envolve crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e ligações com o PCC. Mais de 130 agentes nas ruas cumprindo mandados em várias cidades de São Paulo.

O delegado Fabio Baena foi preso em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) de combate à corrupção policial. Antes de ser assassinado, o empresário Vinícius Gritzbach havia delatado Baena, juntamente com outros policiais civis. Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e dois homens foram presos suspeitos de sua execução, com supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Anselmo Becheli Santa Fausta e Antônio Corona Neto, membros do PCC, foram assassinados em 2021, e Gritzbach acabou sendo investigado pela Polícia Civil sob suspeita de ser o mandante desses homicídios. Na época, Gritzbach denunciou Baena e outros policiais por extorsão, alegando que eles exigiram dinheiro para não incriminá-lo pelos assassinatos. Como ele se recusou a pagar, os policiais o indiciaram pelos crimes.

A operação conjunta denominada “Tacitus” envolve Polícia Federal, Ministério Público e Corregedoria da Polícia Civil. Foram cumpridos mandados de prisão temporária, busca e apreensão, e outras medidas cautelares contra os envolvidos em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e colaboração com facções criminosas. A ação busca desmantelar um esquema criminoso que movimentou milhões de reais desde 2018.

Os investigados poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e ocultação de bens, com penas que somadas podem chegar a 30 anos de reclusão. A operação Tacitus visa desarticular atividades ilícitas que envolvem manipulação, vazamento de informações e corrupção policial para proteger criminosos e facilitar a lavagem de dinheiro. São mais de 130 agentes nas ruas cumprindo mandados em diversas cidades do estado de São Paulo.

Os policiais civis suspeitos são acusados de colaborar com o PCC, fornecendo proteção e auxiliando na lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de empresas de fachada. Também são investigados por desvio de bens apreendidos. A operação Tacitus faz parte de um esforço conjunto para combater a corrupção policial e as atividades ilícitas ligadas ao crime organizado. Este é um desdobramento de uma série de investigações que desvendaram esquemas de corrupção e conluio criminoso no sistema de segurança pública.