Ministério Público denuncia policiais por corrupção a MCs de funk em São Paulo

Ministério Público denuncia policiais por corrupção passiva em operação Latus Actio. MCs Paiva, GHdo7 e Brisola envolvidos. Prisões e apreensões ocorrem em São Paulo.

O Ministério Público de São Paulo denunciou dois policiais civis do 6º DP de Santo André por corrupção passiva. Rodrigo Barros de Camargo e Adriano Fernandes Bezerra solicitaram propina a Henrique Alexandre Barros Viana, também conhecido como “Rato”, para encerrar investigações relacionadas aos MCs Paiva, GHdo7 e Brisola. A denúncia é fruto da operação Latus Actio, que busca combater crimes contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro envolvendo empresas do ramo de entretenimento no estado de São Paulo.

Durante a primeira fase da operação, em março, a Polícia Federal apreendeu celulares contendo indícios de atividades criminosas. Em trocas de mensagens, Rodrigo de Camargo marcou um encontro com Rato, dono da Love Funk, uma produtora de funk renomada em São Paulo. Mais tarde, Rodrigo enviou a Rato um relatório de investigação sobre rifas ilegais envolvendo os MCs Paiva, GHdo7 e Brisola, todos agenciados pela produtora.

Os promotores do caso concluíram que as investigações apontam para a prática de crimes, resultando na denúncia dos policiais por corrupção passiva. O Ministério Público solicitou a manutenção da prisão de Rodrigo de Camargo e o afastamento de Adriano Bezerra de suas funções. Além disso, os artistas envolvidos também foram alvos da denúncia, com evidências de exploração ilegal de jogos de azar por meio de rifas promovidas em suas redes sociais.

Internamente, as conversas entre os policiais e Rato revelam tentativas de suborno em troca do arquivamento das investigações contra os MCs. O diálogo sugere um acordo para evitar a continuidade das ações legais envolvendo os artistas, com a oferta de vantagens indevidas. A Polícia Federal e o Ministério Público investigam a suspeita de pagamento de propina aos policiais, que resultaram na prisão de Rodrigo Camargo e nas apreensões de bens dos músicos.

Após a deflagração da operação que envolveu busca e apreensão em diversas cidades, incluindo São Paulo, Mauá, São Caetano do Sul e São José dos Campos, as autoridades encontraram indícios da participação dos MCs em atividades ilícitas. O cantor MC Paiva tentou destruir seus telefones para evitar a apreensão, mas os equipamentos e outros bens foram recolhidos pelas autoridades. A investigação continua em andamento, com desdobramentos previstos nos próximos dias.