Justiça determina entrega de imagens de UPA no Rio onde paciente morreu aguardando atendimento: sindicato defende trabalhadores demitidos

Justiça determina que Prefeitura do Rio entregue imagens de UPA onde paciente morreu à espera de atendimento. Sindicato solicita para investigação.

Justiça determina que Prefeitura do Rio entregue imagens das câmeras da UPA onde paciente morreu à espera de atendimento

O pedido pelas imagens foi feito pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, que defende os trabalhadores que foram demitidos pelo município. A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, através da juíza Elisangela Belote Mareto, da 57ª Vara do Trabalho, determinou que a Prefeitura do Rio entregue as imagens do circuito interno da UPA da Cidade de Deus, onde o garçom José Augusto Mota Silva morreu enquanto aguardava para ser atendido.

A decisão liminar da Justiça atendeu um pedido feito pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de enfermagem do Município do Rio (SATEMRJ), que defende os 20 profissionais de saúde que estavam no plantão no dia da morte do paciente e foram demitidos pela Prefeitura do Rio.

A decisão deu 48 horas para que o município cumpra a determinação e entregue as imagens. A juíza também determinou uma multa de R$ 200 por dia em caso de descumprimento.

Segundo a Secretaria de Saúde, José Augusto teve uma parada cardiorrespiratória. O Instituto Médico Legal (IML) deve realizar a necrópsia no corpo da vítima e informar a causa da morte nos próximos dias. Segundo a família dele, o paciente chegou na UPA gritando de dor e pedindo atendimento, mas ninguém o atendeu.

Homem que morreu sentado em UPA no Rio de Janeiro é enterrado em Mogi Guaçu.

De acordo com o secretário de saúde do Rio, Daniel Soranz, a prefeitura está analisando todas as câmeras de segurança e prontuários clínicos para finalizar a investigação interna sobre o ocorrido. A Polícia Civil também investiga a morte de José Augusto.

Ainda segundo o secretário, as demissões foram efetuadas porque todos da equipe de plantão são responsáveis pela atenção dos pacientes.

“Possível modificação de provas. Ao DE, o advogado do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem, José Carlos Nunes, afirmou que a decisão é importante para evitar que as provas se percam ou possam ser modificadas.”

Na fundamentação do pedido liminar, o sindicato afirma que o armazenamento desse tipo de imagem “se dá por tempo exíguo” e por isso seria necessário pedir a imediata entrega do material.

Relembre o caso. Testemunhas disseram que José Augusto Mota Silva, de 32 anos, chegou se queixando de fortes dores na UPA da Cidade de Deus na última sexta-feira. Imagens mostram ele sentando, com a cabeça inclinada à esquerda.

A falta de atendimento deixou os familiares do paciente revoltados. Irmã de José Augusto, Meriane Mota Silva, afirmou: “Ele não merecia morrer daquele jeito, sentado. Ninguém merece morrer que nem bicho, daquela forma. É desumano uma pessoa ficar sentada ali sem atendimento, sem acolhimento.”