Governador de SP defende isenção de IPVA para híbridos em coletiva

Governador de São Paulo comenta projeto de isenção de IPVA para veículos híbridos, priorizando interesses econômicos. Polêmica envolvendo veículos elétricos.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao comentar o projeto de isenção de IPVA para veículos híbridos, em coletiva sobre o balanço da gestão nesta quarta-feira (18), afirmou que para além da questão ambiental, a legislação deve se preocupar com os interesses econômicos do estado. “A gente tem que pensar na vocação do Estado de São Paulo. Para onde eu quero direcionar a indústria automobilística no Estado de São Paulo, o que é mais aderente à nossa vocação?”, indagou. De acordo com o governador, um dos fatores da prioridade para veículos híbridos é o interesse das marcas estrangeiras em produzir os automóveis no estado.

Segundo o PL, apenas os veículos leves movidos a hidrogênio e híbridos não vão pagar o imposto de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2026. A partir de 2027, segundo o texto, a taxa volta a ser cobrada gradualmente, até chegar em 4% – valor atual – em 2030. Além dessas especificações, o automóvel também não pode custar mais de R$ 250 mil. Segundo os cálculos do governo, a estimativa é que o estado deixe de arrecadar cerca de R$ 300 milhões com a medida no primeiro ano e, posteriormente, por volta de R$ 450 milhões.

O projeto causa polêmica porque não inclui os veículos totalmente elétricos e beneficia carros que podem utilizar compostos não renováveis, como a gasolina. Em entrevista ao Bom Dia SP nesta sexta-feira (13), o secretário da Fazenda e Planejamento, Samuel Kinoshita, afirmou que a decisão de priorizar carros híbridos busca voltar a atenção para a tecnologia nacional de fonte de combustível limpa, o etanol. Kinoshita explicou que o limite de preço para o veículo vai incentivar as montadoras a produzirem carros mais baratos.

Em outubro de 2023, o governador Tarcísio vetou um projeto de lei parecido, mas que incluía veículos elétricos. Em junho deste ano, quando estava prevista a votação do projeto aprovado agora, o deputado estadual Antônio Donato (PT) autor do PL vetado questionou o motivo da retirada dos carros elétricos da proposta. O presidente da Associação Paulista de Municípios, Marcelo Barbieri, defende a necessidade de fortalecer os carros híbridos, mas ressalta a importância de uma compensação para os municípios menores que serão afetados pela isenção.