Filhote de mico que sobreviveu a incêndio florestal morre durante período de reabilitação em MG
Após ser resgatado das chamas, Murf, como passou a ser carinhosamente chamado, acabou morrendo após 70 dias de reabilitação. Incêndio em parque estadual do Triângulo Mineiro durou 9 dias.
Mico é resgatado por bombeiros no Pau Furado; combate à incêndio chegam ao terceiro dia
O filhote de mico da espécie de primatas sagui-do-tufo-preto, que foi resgatado no incêndio do Parque Estadual Pau Furado no ano passado, em Uberlândia, infelizmente acabou morrendo durante o processo de reabilitação. A informação foi confirmada ao DE, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), na sexta-feira (10).
Durante o incêndio, foram queimados 531 hectares de área de preservação ambiental, o equivalente a 743 campos de futebol.
Segundo o instituto, o animal deu entrada no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), localizado em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, no dia 18 de setembro de 2024. No entanto, após 70 dias de reabilitação ele acabou morrendo, em 2 de dezembro.
O sagui foi resgatado com vida do grave incêndio florestal que atingiu a unidade de conservação mineira, porém assustado e desorientado. Assim que foi salvo pelo Corpo de Bombeiros, foi levado para atendimento e passou a ser chamado carinhosamente de “Murf” pelos veterinários da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
“Assim que ele chegou nós pesamos ele, vimos que não havia nada de incomum e continuamos com a introdução alimentar para que ele mesmo comece a comer por conta própria e desenvolver a musculatura para que consiga sobreviver na natureza”, contou o veterinário Keniker Borges na época do resgate.
Murf foi resgatado por bombeiros com apenas 2 meses de vida após incêndio no Parque Estadual do Pau Furado
MURF, APESAR DE TUDO, UM SOBREVIVENTE…
O pequeno Murf passaria os próximos meses no centro de triagem, sendo colocado junto a outros animais silvestres, para que criasse o próprio bando e pudesse, posteriormente, retornar à natureza com segurança para encontrar outros micos da mesma espécie.
Contudo, ele acabou morrendo após 70 dias de reabilitação. A causa da morte não foi identificada.
O IEF informou que não foram observados sintomas indicativos de enfermidade até o momento da morte do animal.
“Nos Cetras, a maioria dos animais que vão a óbito tem suas carcaças congeladas e destinadas à incineração. Outra possibilidade é a doação para instituições de pesquisa e ensino para atividades acadêmicas, como taxidermia. Quando necessário, é realizada necropsia para identificar a causa da morte”, esclareceu em nota.
Mas, segundo apuração do DE, espécies como a de Murf enfrentam dificuldades de sobrevivência, pois estão fora do seu habitat natural.
Murf tinha apenas dois meses de vida quando foi salvo em meio ao incêndio. Os filhotes da espécie, também conhecida por mico-estrela, têm o hábito de permanecerem grudados à mãe. A suspeita é de que, durante o fogo, o animal tenha caído ou possivelmente as chamas ocasionaram a morte da mãe, desamparando o filhote.
INCÊNDIO FLORESTAL NO PARQUE DO PAU FURADO
O incêndio no Parque Estadual Pau Furado, cuja área de preservação abrange os municípios de Uberlândia e Araguari, durou nove dias na região do Triângulo Mineiro, tendo início no dia 1º de setembro. Quando Murf foi encontrado, o combate ao fogo havia chegado ao terceiro dia.