Filho de médica da Marinha morta sonhava em abrir casa para idosos no Rio

Filho da médica da Marinha morta em hospital revela sonho da mãe de abrir casa para idosos. Vítima de bala perdida lamenta violência no Rio.

Médica da Marinha morta em hospital tinha retornado ao Rio há 1 ano e sonhava em abrir casa para idosos, diz filho

‘A gente não quer vingança, mas que ninguém perca a mãe como nós’, lamentou Cadu. Ela morreu no dia do aniversário de um dos filhos.

Carlos Eduardo, filho da médica da Marinha Gisele Mello — Foto: Reprodução/ TV Globo

O filho da capitão de Mar e Guerra e médica da Marinha, Gisele Mendes de Souza e Mello, afirmou em entrevista ao programa Encontro na manhã desta terça-feira (17), afirmou que a mãe pensava em abrir uma casa para idosos. Ela morreu no dia 10 de dezembro após ser atingida por um tiro dentro das dependências da Escola de Saúde da Marinha, no Hospital Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio.

“Ela ia tentar realizar o sonho dela, de ter uma casa geriátrica para cuidar de outros idosos”, contou Carlos Eduardo, o Cadu.

Gisele era carioca e, por anos, ela foi diretora do Hospital da Marinha de Brasília. Há um ano ela voltou à capital fluminense para trabalhar no Marcílio Dias. Ela era geriatra. O filho descreve a mãe como uma pessoa feliz e alegre

Janela da Escola de Saúde da Marinha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ficou com a marca do tiro que matou médica — Foto: Reprodução/ TV Globo

A militar é a vítima número 105 de balas perdidas na Região Metropolitana do Rio este ano. Ela morreu no dia do aniversário de um dos filhos.

Carlos Eduardo pede que os cuidados relacionados à segurança pública se estendam por todo o Rio de Janeiro e que as autoridades pensem em uma forma de combate à violência diferente da atual.

“Gostaria muito de ver uma perspectiva lá na frente, mas a gente não vê, de que essas coisas parem de ser, de que essa guerra que dura décadas em algum momento isso mude”, afirmou.

Hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo

O jovem agradeceu o suporte que tem recebido e disse que recebeu mensagens de todo o país.

O jovem relata que trabalha no gabinete da vereadora Monica Cunha (PSOL-RJ), auxiliando familiares de vítimas da violência que a procuram e, agora, ele mesmo se tornou uma vítima.

“São pais e mães que perdem seus filhos de bala perdida por uma guerra que não faz o menor sentido”, disse Carlos Eduardo.

A médica Gisele Mello e os filhos — Foto: Reprodução/ TV Globo