Familiares das vítimas aguardam identificação dos corpos em acidente na BR-116, em Minas Gerais

Familiares aguardam identificação das vítimas do acidente na BR-116 em MG. Ônibus envolvido não tinha autorização. Foragido o motorista culpado.

Familiares das vítimas do acidente que deixou ao menos 41 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni, nos Leste de Minas Gerais, amanheceram na porta do IML de Belo Horizonte nesta segunda-feira (23). Um posto foi montado próximo à Academia de Polícia para atender exclusivamente as famílias, que aguardam identificação dos corpos. A reportagem da TV Globo apurou que 36 corpos seguem no IML da capital, e cinco foram liberados neste domingo (22). Uma das vítimas é um adolescente de 12 anos. As vítimas estavam carbonizadas, e a identificação é feita por material genético cedido pelos familiares.

A liberação dos corpos será feita à medida que as vítimas forem identificadas. Uma funerária, contratada pela empresa do ônibus envolvido no acidente, levará as vítimas para os destinos informados pelas famílias. As informações são da Emtram, empresa de ônibus responsável pelo transporte. A polícia vai dar continuidade ao processo de identificação e de aviso às famílias. Não há informações sobre divulgação de lista dos nomes reconhecidos. A empresa responsável pelo transporte informou: “Estamos dando todo o suporte aos familiares neste momento de dor. Não só no transporte dos corpos, mas também no transporte de familiares, acomodação e apoio psicológico”.

A principal hipótese é de que o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou de uma carreta. O motorista do veículo está com a habilitação apreendida há dois anos e não tinha autorização para dirigir. Ele é considerado foragido pela polícia. De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é a maior tragédia em estradas federais pelo menos desde 2007, início da série histórica disponível para consulta. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) afirmou que a BR-116 “está em boas condições de trafegabilidade”. No trecho do acidente, havia um radar com limite de velocidade de 60 km/h. No entanto, o aparelho foi removido recentemente.

Segundo o Dnit, o contrato anterior de controle de velocidade foi encerrado devido ao término da vigência. O órgão, no entanto, não informou a localização e a quantidade de equipamentos nem quando eles foram retirados. Ainda de acordo com a autarquia, uma nova empresa foi contratada para instalar e operar medidores eletrônicos de velocidade em Minas Gerais, e a expectativa é que os aparelhos estejam em operação no início de 2025. Em nota, o Dnit informou: “Antes que os novos equipamentos possam operar efetivamente, é necessário cumprir algumas etapas. Isso inclui a elaboração de estudo de viabilidade pelo DNIT, de estudos técnicos pela nova empresa, a aprovação desses estudos pelo DNIT, a instalação dos equipamentos e a aferição pelo Inmetro”.