Ex-deputado Natalino Guimarães segue detido por acusações de milícia no RJ: entenda o caso

Ex-deputado Natalino Guimarães tem pedido de soltura negado pelo STF após prisão por envolvimento com milícia. Ações criminosas em Búzios e Campo Grande são investigadas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente negou a soltura do ex-deputado Natalino Guimarães, que está detido desde 10 de dezembro do ano passado. A prisão de Natalino foi resultado de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava grilagem de terras em Búzios, localizada na Região dos Lagos. O ex-policial, que é apontado como um dos fundadores da Liga da Justiça, a primeira milícia do Rio de Janeiro, teve sua prisão preventiva mantida pelo ministro Dias Toffoli.

Os advogados de Natalino haviam solicitado a soltura alegando problemas de saúde do ex-deputado, que sofreu de câncer, diabetes, hipertensão e problemas psiquiátricos. Além disso, argumentaram que Natalino tem um filho com esquizofrenia que necessita de cuidados especiais. No entanto, o ministro Toffoli afirmou que as medidas cautelares não são suficientes devido à gravidade das acusações contra Natalino, que envolvem uso de violência e grave ameaça por uma organização criminosa armada.

A defesa de Natalino Guimarães argumentou que ele não teria participado da audiência de custódia que manteve sua prisão e reclamaram que ele estava detido em Bangu 1, uma penitenciária de segurança máxima, sem autorização judicial. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro rebateu essas acusações e afirmou que a prisão foi mantida devido à gravidade da acusação. Natalino foi transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8) desde 13 de dezembro.

A operação que resultou na prisão de Natalino Guimarães também incluiu a prisão de outras pessoas e mandados de busca e apreensão em diversos endereços na região. A denúncia do Ministério Público revelou que o grupo estaria envolvido em invasões de terras por grupos armados na região da Estrada da Fazendinha, em Búzios. A Liga da Justiça, milícia da qual Natalino é apontado como um dos chefes, teria praticado atividades violentas e fraudulentas para ocupar e comercializar terrenos na região.

Em 2008, Natalino havia cumprido pena por porte ilegal de armas e formação de quadrilha e em 2009 foi condenado por integrar a milícia Liga da Justiça ao lado de seu irmão Jerônimo Guimarães, o Jerominho. Após cumprir pena em presídio federal, Natalino foi transferido para Bangu e só foi solto em 2018. Seu irmão, Jerominho, veio a falecer em 2022 após ser baleado em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, área onde a milícia Liga da Justiça atuava. Jerominho era apontado como um dos fundadores da milícia.

Desse modo, Natalino Guimarães continua detido, enquanto aguarda a decisão da Justiça em relação à sua situação. Sua ligação com atividades criminosas, especialmente ligadas à milícia Liga da Justiça, o colocou sob os holofotes da justiça brasileira e trouxe à tona questões de segurança e criminalidade em regiões como Búzios e Campo Grande. O caso de Natalino reflete a complexidade e gravidade dos crimes envolvendo milícias no Rio de Janeiro e a atuação constante das autoridades para combater essas organizações criminosas.