Estudante de medicina que participou de missão humanitária na Amazônia vai atender comunidades na África
Beatriz Pontes, de 21 anos, vai atuar em uma missão humanitária em Benin, na África Ocidental. A vontade de cuidar é o que motiva a jovem Beatriz dos Reis Pontes, de 21 anos, a cursar Medicina. Para colocar os aprendizados em prática e atender pessoas em situação de vulnerabilidade, ela participará de uma missão humanitária em Benin, país africano, nas próximas semanas. Ao DE, a estudante afirmou que o objetivo do serviço é “acolher alguém em um momento frágil”.
Beatriz mora em Santos, no litoral de São Paulo, mas estuda na Universidade São Judas Tadeu, em Cubatão (SP). Ela vai participar da Missão África, uma iniciativa da Inspirali, que é a vertical dos cursos de Medicina da Ânima Educação, organização ligada à faculdade. Apesar da pouca idade, Beatriz ganhou experiência na área após participar da Missão Amazônia em 2024. O trabalho a transformou e a fez enxergar a profissão com outros olhos.
Segundo ela, o próximo passo antes da viagem para Benin, programada para o início de fevereiro, é a arrecadação de medicamentos. “Acho que a gente ajuda muito as comunidades, mas, no fundo, quem é realmente transformado somos nós, que não estamos acostumados a ver essa realidade […]. Na Missão [Amazônia], voltei a ver a Medicina de um jeito bonito, do jeito incrível que sempre achei que fosse”, desabafou ela.
De acordo com a Inspirali, a Missão África tem como principal objetivo oferecer cuidados e medicamentos para a população extremamente vulnerável de Benin. Na primeira edição, os estudantes e professores ajudaram pessoas de 10 vilarejos. Beatriz explicou que, ao todo, 40 pessoas partirão para a missão, entre alunos, coordenadores da Inspirali e médicos formados. Ela se submeteu ao processo seletivo em novembro de 2024 e, em 6 de dezembro, foi informada sobre a aprovação.
Entre os dias 13 e 27 de fevereiro, Beatriz ficará instalada na casa de missionários em Adjara, percorrendo com os colegas diversas comunidades. “Adjara é grande, é como se fossem várias comunidades, como se fosse o litoral [paulista]”, explicou. “Todo dia a gente acorda bem cedo, toma café da manhã, pega o ônibus e vai até a comunidade que a gente vai atender”.
A vontade de fazer o bem não surgiu de repente. Beatriz cresceu observando o carinho nas atitudes diárias do pai que, apesar de não ser médico, inspirou a filha a ajudar o próximo. “Meu pai é extremamente carinhoso. É a pessoa que tem o coração mais lindo do mundo. E eu observava nele uma forma de cuidado muito incrível com as pessoas e falei: ‘Nossa, quero fazer isso algum dia na minha vida’. E não, meu pai não é médico”, brincou ela.
Beatriz vê a missão humanitária em Benin como um divisor de águas. Ela e os colegas contrataram uma professora local para aprenderem o básico de francês, língua oficial do país. “Atualmente, acho que sou o tipo de pessoa que quer fazer isso pro resto da minha vida”, afirmou. Ela também considera a possibilidade de participar do programa Médico sem Fronteiras ou fazer mais missões humanitárias no futuro. “Eu preciso, de algum jeito, levar uma coisa [com] que eu nasci, que é meu coraçãozinho, que veio do meu pai. É um coração que quer muito cuidar das pessoas, que quer muito dar amor para as pessoas. Minha expectativa é essa, de poder acolher alguém em um momento frágil”, disse.
Além de arcar com os custos da viagem e alimentação, Beatriz e os colegas de faculdade precisam levar medicamentos para os pacientes. A intenção é tratar principalmente os casos considerados ‘agudos’. Além disso, a jovem planeja seguir carreira na medicina humanitária, levando consigo o desejo de cuidar e acolher aqueles que estão em situações de vulnerabilidade. Novos desafios e aprendizados aguardam Beatriz em Benin, onde ela terá a oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas que mais precisam.