Empresário preso pela PF acusado de ser operador do PCC foi condenado por sonegação pela Justiça Federal de Sorocaba
Ademir Pereira de Andrade foi condenado à prisão por sonegação fiscal de mais de R$ 2,9 milhões. Justiça reconheceu que empresas que ele comandava estavam nos nomes de quatro ‘laranjas’.
A condenação do empresário foi realizada na Justiça Federal de Sorocaba (SP). Ademir Pereira de Andrade, preso pelo Gaeco e pela Polícia Federal (PF), em dezembro de 2024, pela acusação de ser operador financeiro do PCC, foi condenado à prisão por sonegar mais de R$ 2,9 milhões na região de Sorocaba (SP).
Segundo apurado pelo DE e pela TV TEM, as empresas de Ademir estavam registradas no mesmo endereço em Salto de Pirapora (SP). Ele recebeu uma sentença de sete anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto por utilizar “laranjas” para abrir empresas que eram de fato dele.
Entretanto, os crimes de falsificação prescreveram, restando apenas a condenação por sonegação fiscal, com três anos e um mês de prisão em regime aberto. A investigação do caso foi realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) nos anos de 2004 e 2005.
Durante a investigação, auditores da Receita Federal estiveram em um imóvel no Centro de Salto de Pirapora, onde as empresas operavam. Uma mulher que morava no local com a família afirmou desconhecer a existência das empresas e dos sócios.
A investigação confirmou que Ademir era o real titular das empresas, apesar de não estarem em seu nome. Ele era o procurador das empresas, com diversas transferências e saques em seu benefício. A Justiça Federal declarou, em trecho da sentença, a utilização de ‘laranjas’ para escapar da responsabilidade tributária.
Ademir Pereira de Andrade, preso na Operação Tacitus, mantém relação com Sorocaba. Relatórios da Polícia Federal indicam sua associação ao PCC e seu envolvimento em atividades ilícitas. A defesa pediu a revogação da prisão, argumentando constrangimento ilegal. A relação do empresário com o crime organizado era mascarada por suas atividades empresariais.
O empresário foi denunciado por lavagem de dinheiro e é dono de mais de 90 imóveis, registrando aquisições milionárias. A relação de Ademir com o crime organizado é estável e permanente, conforme relatório policial. A Justiça Federal de Sorocaba concluiu que Ademir era o responsável por todo o esquema e seus ‘laranjas’ eram apenas empregados.