Após Prefeitura de Ribeirão Preto, Nogueira analisa saída do PSDB e mira governo
de SP ou Senado
Há quase 25 anos na legenda, tucano confirma ter recebido propostas de outras
siglas como o União Brasil. ‘Tenho que estar no ponto do ônibus se eventualmente
o ônibus passar’, diz.
Nogueira faz balanço de governo e sinaliza pontos de atenção em Ribeirão Preto
Filiado ao PSDB há quase 25 anos, o prefeito de Ribeirão Preto (SP),
Duarte Nogueira, avalia, após deixar o Executivo local, se permanece ou não na sigla a
partir do ano que vem e acena com a possibilidade de tentar disputar um cargo em
eleições majoritárias.
“Pretendo estar em um partido onde meu nome possa ser lembrado, como candidato
a governador, ou para estar nessa chapa majoritária como senador ou qualquer
outro cargo nessa confluência de posições, e se der certo a gente vai disputar
a eleição. É para isso que estou me preparando”, disse, em entrevista ao DE.
É no Partido da Social Democracia Brasileira que Nogueira acumula a maioria dos
cargos que ocupou, como deputado estadual e federal e secretário estadual em
áreas como transportes, além de prefeito de Ribeirão Preto por dois mandatos.
Mas, com o término da gestão na cidade do interior paulista, aos 60 anos o
tucano confirma ter sido sondado por seis legendas, entre elas o União Brasil, e
expõe uma inclinação para entrar para a disputa ao governo de São Paulo ou para
o Senado, um cálculo político que depende de uma série de circunstâncias de
âmbito estadual e nacional e de alianças.
“Se o presidente da República disputa a reeleição ou não, se o governador atual
disputa a reeleição ou não, mas, de maneira bem sintética e objetiva, se eu
pretendo ser candidato a governador, fazendo uma metáfora com um ponto de
ônibus, eu tenho que estar no ponto do ônibus se eventualmente o ônibus passar,
se eu estiver lá no ponto e o ônibus não passar, paciência, tudo bem. Mas se ele
passar, aí eu posso entrar”, afirmou.
O que vai pautar esse caminho, seja ele dentro ou fora do PSDB, é evitar a
polarização, em busca de um discurso de “centro”, menos ideológico e mais
pragmático, na definição de Nogueira.
“As eleições municipais no Brasil demonstraram uma tendência e uma preferência
do eleitorado para o campo do centro, fugindo dos extremos da esquerda e o
extremo da direita e caminhando mais para uma linha de equilíbrio ideológico.
Política pra mim não é filosofia política, um tratado a ser estudado de
maneira teórica. Política é você pegar projetos, sonhos, equipe, bom
planejamento, transformar em ações e aquilo em entregas e resultados para a
população”, analisou.
Dentro desse contexto, ele avalia que a atual legenda dele teve nomes
importantes como Mário Covas, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, mas
perdeu relevância ao longo do tempo por não ter conseguido estimular novas
lideranças. No Senado, por exemplo, o PSDB, que antes tinha uma das maiores
bancadas, atualmente tem apenas um representante.
“Quando você perde o protagonismo, quando você deixa de ter lideranças que estão
à frente dos projetos, meio que convocando as pessoas pra caminhar junto com
esses ideais, você tem uma derrocada do PSDB, então ficamos sem lideranças, nós
tivemos grandes líderes, mas não reformamos a prateleira com novos lideres.”
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