A delegacia da Polícia Federal em Campinas (SP), responsável por 60 cidades da região, bateu recorde de operações em 2024, segundo dados divulgados pela corporação na terça-feira (24). Foram 72 neste ano, um aumento de 200% em relação a 2023. A unidade atuou com ênfase em crimes contra o sistema financeiro, ocultação de capitais, desvio de recursos públicos, tráfico nacional e internacional de drogas, abuso sexual infantojuvenil, roubo de cargas, crimes previdenciários e crimes contra o meio ambiente. A estratégia adotada foi “follow the money” nas investigações financeiras.
O delegado Edson Geraldo de Souza, chefe da PF em Campinas, destacou a atuação no combate aos crimes financeiros com a utilização do “follow the money”. Desde 2019, a delegacia passou por uma reestruturação para atuar nos crimes financeiros, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com investimentos em pessoal, estrutura física, treinamento e tecnologia. O rastreamento do dinheiro nos crimes é fundamental para localizar os criminosos e desarticular organizações criminosas.
Embora os crimes financeiros pareçam distantes da população, têm um impacto relevante, protegendo contra golpes e fraudes e enfraquecendo estruturas criminosas. Uma das operações de destaque foi a “concierce”, que investigou uma organização suspeita de ocultar R$ 7,5 bilhões do sistema financeiro brasileiro. A PF ressaltou a importância do combate a esses crimes para manter a integridade das instituições e da sociedade como um todo.
Além dos crimes financeiros, a PF de Campinas teve forte atuação no combate ao abuso sexual infantojuvenil em 2024, com 21 operações, 42 mandados de busca, 17 prisões em flagrante e 13 mandados de prisão. As ações visam combater a exploração de crianças e adolescentes, bem como o armazenamento e compartilhamento de pornografia infantojuvenil na internet, resgatando vítimas e impedindo novos abusos.
A reestruturação da delegacia, o investimento em tecnologia e a divisão em especialidades permitiram aos policiais atender à crescente demanda de investigações, resultando no recorde de operações em 2024. A eficiência e celeridade no tratamento de denúncias, inquéritos e exames periciais foram possíveis devido ao uso de recursos e especializações de grupos. A PF nacional também investiu em tecnologia e processos para aumentar a eficiência do trabalho policial.
O delegado ressaltou que os números recordes de operações não são necessariamente atribuídos ao aumento da criminalidade, mas sim à capacidade da instituição de responder eficazmente aos crimes. A parceria entre a delegacia local e a instituição nacional fortaleceu a capacidade de processamento e reduziu o tempo entre as operações. A atuação efetiva no combate a crimes financeiros e abuso sexual reflete o compromisso da PF em garantir a segurança e a integridade da sociedade.