Brinquedos atingidos por tiros: jovem baleada pela PRF se emociona ao rever família

Jovem baleada pela PRF também teve brinquedos atingidos; mãe relata choro ao ver visitas. Juliana mostra reflexos e desperta no hospital. Investigação em curso.

Brinquedos comprados por jovem baleada pela PRF também foram perfurados por tiros; vítima chorou ao ver família, diz mãe

Segundo boletim divulgado, do ponto de vista neurológico, a jovem “mantém reflexos preservados”. Não é possível, porém, fazer uma avaliação completa do nível de consciência e nem se a vítima terá possíveis sequelas permanentes.

Presentes comprados por jovem baleada por agentes da DE foram atingidos pelos disparos

Alguns brinquedos comprados pela estudante de enfermagem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça às vésperas do Natal durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (DE), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também foram alvejados pelos tiros disparados pelos agentes. A informação é da família da jovem.

Segundo a mãe de Juliana, ela havia comprado os presentes que seriam entregues aos sobrinhos. Imagens obtidas pelo DE e pela Globonews mostram os furos das balas em baldinhos de areia.

“A Ju tinha comprado [os presentes] para os sobrinhos. [No momento da abordagem e dos tiros, os brinquedos] foram atingidos com tiros. Agora, arrumando as coisas aos poucos, vimos os buracos. Ela estava tão feliz comprando os presentes e nem pode ao menos entregar, e nem vai”, disse Dayse Leite Rangel, mãe de Juliana.

JULIANA CHORA COM AS VISITAS DA MÃE E DA IRMÃ

Segundo a família e a direção Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, nesta terça-feira (31), Juliana começou a despertar e já responde a estímulos.

Dayse Leite contou que, no último dia do ano de 2024, a filha chorou ao vê-la.

“A Ju, cada vez que a gente vai ao hospital, nos dá boas notícias. É muita oração. Mas, como disse o médico: ‘É um tijolo a cada dia para essa construção sair bem’. Ontem, ela abriu os olhinhos algumas vezes, lentamente. Aos poucos, os médicos estão tirando a sedação. Teve um momento que ela nos viu e fixou o olhar. Mexeu os olhos e as lágrimas começaram a cair dos olhos dela. Foi emocionante”, lembrou Dayse.

INVESTIGAÇÃO

O carro da família de Juliana foi atingido por 5 tiros quando passava pela Rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias. Eles estavam indo passar o natal na casa de parentes em Niterói.

Os tiros foram disparados por três agentes. Segundo a DE, todos estão proibidos de atuar em operações por tempo indeterminado. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o caso.

A defesa dos policiais afirmou que seus clientes “são servidores respeitados” e que “nunca responderam a processos administrativos”.

Em nota, o advogado Luiz Gustavo Faria diz que “algumas versões que foram noticiadas não reproduzem o que aconteceu”. Segundo o posicionamento, os policiais receberam informações envolvendo um carro de mesmo modelo que o da família de Juliana e que, após ouvirem estampidos “que naquele momento acreditava-se sair do carro da família”, os agentes dispararam.