Pais e advogados estão levantando questionamentos sobre o atendimento oferecido às crianças vítimas de violência em Jundiaí: ‘Meses para agendar psicóloga’. Segundo relatos, os problemas enfrentados vão desde o primeiro atendimento até a tramitação na Justiça, incluindo etapas como a escuta especializada.
A situação em torno do atendimento de crianças vítimas de violência em Jundiaí tem gerado críticas e questionamentos por parte dos pais e advogados locais. Os problemas abordam desde o atendimento inicial até o desenrolar dos processos judiciais, incluindo a etapa da escuta especializada, que em um caso específico, foi agendada para mais de um ano após o suposto abuso sexual contra uma criança.
Uma mãe de uma criança de sete anos, que optou por não se identificar, relatou enfrentar dificuldades com o sistema judiciário e também com a Polícia Civil. Segundo ela, sua filha teria sido vítima de abuso aos seis anos e, quase um ano depois, o caso ainda não foi solucionado, com o suspeito permanecendo em liberdade.
Desaparecimento de documentos durante o processo, atraso na avaliação do Ministério Público e na marcação da escuta especializada são apenas alguns dos problemas destacados pela mãe. A falta de agilidade nos procedimentos essenciais é fonte de preocupação e frustração para aqueles envolvidos.
O alto volume de demanda para os serviços no fórum da cidade, especialmente relacionados a crimes sexuais contra crianças, é uma preocupação recorrente. A escassez de psicólogos disponíveis para o atendimento contribui para a lentidão nos processos, impactando diretamente a eficiência e qualidade dos serviços prestados.
Além dos pais, advogados também manifestaram sua insatisfação com a situação. Os atrasos em procedimentos cruciais, como a oitiva das vítimas, são ressaltados como falhas recorrentes que prejudicam a resolução rápida e eficaz dos casos. A falta de estrutura e de profissionais especializados se torna um obstáculo significativo no combate à violência contra crianças.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que não conseguiu localizar as denúncias mencionadas na reportagem, mas garantiu que a Corregedoria da Polícia Civil está disponível para solucionar possíveis problemas. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jundiaí afirmou estar ciente da situação e acompanhando de perto o desenrolar dos casos.
O Conselho Tutelar da cidade reforçou a importância de uma abordagem mais eficaz no atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência, destacando a necessidade de um comitê de gestão que articule e coordene a rede de cuidado e proteção social. A falta de integração e agilidade nos fluxos de atendimento são questões urgentes a serem resolvidas para garantir a segurança e bem-estar das vítimas.
As instituições envolvidas, como o Hospital Universitário, a Polícia Civil e a OAB, se manifestaram sobre o compromisso em melhorar os serviços e garantir um atendimento mais eficiente e humanizado às vítimas de violência. A falta de psicólogos especializados, os atrasos nos processos e a necessidade de medidas efetivas foram pontos abordados pelas entidades, que se comprometeram a buscar soluções para os desafios enfrentados em Jundiaí.