Brasileiro que infartou em voo para Irlanda luta por transplante no Brasil

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Brasileiro que infartou em voo para a Irlanda vive drama para voltar ao Brasil e fazer transplante

Diego Mendes Honorato, de 38 anos, é de Bebedouro (SP) e vive em Dublin. Ele está internado em hospital universitário na Holanda e não tem condições de custear UTI aérea orçada em cerca de R$ 1 milhão.

Brasileiro vive drama na Holanda após infartar durante voo

Um brasileiro vive um drama para retornar ao país após sofrer um infarto durante um voo para Dublin, na Irlanda, onde mora com a esposa. O segurança Diego Mendes Honorato, de 38 anos, viajava do interior de São Paulo, onde visitou a família, no dia 6 de dezembro, quando passou mal e precisou ser hospitalizado em Amsterdam, na Holanda, onde o avião fez escala.

Nascido em Ribeirão Preto (SP) e com família em Bebedouro (SP), Diego foi diagnosticado com insuficiência cardíaca pelos médicos holandeses com indicação para um transplante. Ele está internado em um hospital no país e sobrevive com ajuda de aparelhos, sem a possibilidade de deixar a UTI.

Para retornar ao Brasil, é necessária uma UTI aérea com equipe médica, o que pode custar até R$ 1 milhão, dinheiro que a família não tem disponível. O Itamaraty também não possui esse tipo de aeronave e não custeia este tipo de transporte.

Esposa de Diego, a garçonete Angélica Honorato recorreu ao Itamaraty, mas foi informada de que não há recursos disponíveis para custear esse tipo de viagem.

Em nota enviada ao DE, o Itamaraty informou que “não há previsão legal para o custeio de despesas médico-hospitalares com recursos públicos”.

O casal optou por não contratar um seguro de saúde na Irlanda porque o país conta com hospitais públicos e a contratação do serviço não é obrigatória, apesar de recomendada. Desde que se mudaram do Brasil há três anos, Diego e Angélica faziam exames de rotina quando viajavam ao interior de SP.

Como acabaram ficando na Holanda por causa do imprevisto médico, o casal também não tem seguro no país, o que limita o atendimento. Até o momento, Diego está sendo atendido no hospital universitário Amsterdam UMC, gratuitamente.

DESCONFORTO COMEÇOU NO BRASIL

Segundo a garçonete, ainda no Brasil, no início de novembro, o casal percebeu que havia algo errado quando Diego começou a sentir incômodos, principalmente na região da barriga, para dormir. Dias depois, ao fazer uma caminhada em um morro, ele passou mal.

Diego fez exames médicos que constataram um problema cardíaco. No entanto, segundo Angélica, ele foi liberado para retornar à Irlanda. Eles pretendiam ajustar as coisas no país, onde moram juntos há três anos, e retornar ao Brasil para finalizar o tratamento.

Ela relata que o marido não tinha histórico cardíaco e que os médicos acreditam que o problema tem origem genética, agravado por uso controlado de anabolizantes no passado. Ainda assim, a velocidade da progressão da condição cardíaca intrigou os médicos, segundo a família. Sims.

No momento da viagem, Angélica conta que o segurança estava bem, caminhou tranquilamente, comeu, carregou as bagagens. Já no avião, eles dormiram, jantaram e tomaram café. A situação mudou no final do trajeto, quando Diego se levantou para ir ao banheiro.

Diego foi atendido por uma equipe médica ainda no avião. Após a aterrisagem, a esposa o levou de cadeira de rodas até o setor de primeiros socorros do aeroporto de Amsterdam. Os exames realizados ainda no local constaram a necessidade de encaminhamento para o hospital, onde estão desde então.

Já no hospital, Diego passou por um cateterismo para desobstrução dos coágulos nas veias do coração. No entanto, voltou a passar mal poucas horas depois. Eles relatam que não se preocuparam com os custos naquele momento e que depois viriam a descobrir que o hospital arcaria com o tratamento.

O procedimento foi bem-sucedido e é o que está mantendo Diego vivo. Ela conta que, naquele momento, teve esperança de retornar à Irlanda, porém, passaram-se dias e ele não foi liberado. Eles foram informados pelos médicos que seria necessária uma transferência para um hospital da mesma rede, especializado.

Segundo Angélica, os médicos holandeses deram duas alternativas para o caso, sendo o transplante a mais segura. A outra seria a implementação de uma bomba que auxilia a pulsação do coração, que seria colocada dos dois lados. No entanto, o procedimento é complexo e não pode ser realizado na Holanda.

Desde que foi internado, o segurança perdeu 20 kg de massa muscular e óssea. Mesmo ainda conseguindo se levantar, sente fraquezas e dificuldades de locomoção devido à perda de força. A medicação, introduzida diretamente no coração, é necessária para manter o quadro estável.

Levá-lo para São Paulo passou a ser o objetivo principal da família, que agora busca apoio para realizar o transporte. Sem ajuda do governo brasileiro, Angélica abriu uma vaquinha virtual para tentar arrecadar recursos e ajudar o companheiro.

Em nota, o Itamaraty disse que o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Amsterdam, está à disposição para prestar assistência consular ao brasileiro, mas que não pode custear despesas médicas. Veja mais notícias da região no DE Ribeirão Preto e Franca.