Saiba como são feitas as análises sobre qualidade das águas das praias em São Paulo
Ao todo, são analisadas 175 praias nas 15 cidades que compõem o litoral
paulista. Ter contato com a água do mar imprópria pode causar danos para a saúde
dos banhistas, podendo provocar inclusive sintomas de virose, como vômito e
diarreia.
1 de 3 Sinalização para praias impróprias no Litoral Norte de São Paulo — Foto:
Francisco Trevisan/Vanguarda Repórter
Sinalização para praias impróprias no Litoral Norte de São Paulo — Foto:
Francisco Trevisan/Vanguarda Repórter
Passar o verão com o pé na areia tem sido o lazer de milhares de turistas que
puderam celebrar a virada do ano à beira-mar ou que estão aproveitando as férias
nas praias do litoral paulista. Com a alta temporada, a expectativa é que as
praias fiquem lotadas em dias de sol e calor.
Com tanta procura pelas praias e em meio a um surto de virose que atinge o
litoral paulista, a Cetesb alerta para a importância de verificar a
balneabilidade das praias antes de entrar no mar.
Isso porque 38 das 175 praias no litoral do estado de São Paulo estão impróprias
para banho. E ter contato com a água do mar imprópria pode causar danos para a
saúde dos banhistas, podendo provocar inclusive sintomas de virose, como vômito
e diarreia.
A Cetesb divulga semanalmente a relação do número de bactérias encontradas na
água, que define a balneabilidade das praias. Quando são identificadas mais de
100 colônias de bactérias, a cada 100 milímetros de água, a praia é considerada
imprópria para banho.
Cetesb faz análise da água em 98 praias do Litoral Norte de São Paulo
COMO FUNCIONA A ANÁLISE DA ÁGUA DO MAR?
Aos sábados, técnicos da Cetesb visitam praia por praia nas 15 cidades
litorâneas de São Paulo. O trabalho é criterioso e tem até a profundidade certa para a
coleta: um metro. São anotadas informações como temperatura da água, do ar, se
chovia e a presença de outros materiais. Tudo é registrado.
Depois, as amostras são levadas para um laboratório do órgão em Taubaté, onde
são analisadas – semanalmente – as amostras de todas as praias do Litoral Norte. Chegando no laboratório, as amostras passam por um filtro que retém as
bactérias.
Depois que a água é filtrada, e as bactérias são separadas da água, as amostras
são colocadas em uma incubadora, e ficam a uma temperatura média de 45ºC.
O calor é o ambiente perfeito para que essas colônias se desenvolvam e fique
mais fácil para que os técnicos da Cetesb possam verificar a concentração de
bactérias na amostra da praia analisada.
As análises procuram detectar a presença de bactérias Enterococcus no material
coletado, o que indica a existência de água de esgoto na praia examinada – isso
pode afetar a saúde.
> “As análises que são feitas para balneabilidade têm o intuito de avaliar o uso
> recreacional da água. Então nós utilizamos o indicador fecal, diferentemente
> de análises de potabilidade”, explicou Cely Toledo, gerente da divisão de
> laboratório da Cetesb em Taubaté.
2 de 3 Bandeira vermelha da Cetesb — Foto: Divisão de Laboratório de Cubatão
Bandeira vermelha da Cetesb — Foto: Divisão de Laboratório de Cubatão
Para decidir qual será a bandeira hasteada em cada praia, são analisadas as
últimas cinco coletas. De acordo com a gerente do setor de águas litorâneas da
Cetesb, fatores como índice de chuvas e quantidade de pessoas perto das praias
podem afetar a concentração de bactérias.
> “O que a gente está procurando nesta qualidade da água? A quantidade de
> bactéria fecal presente na água do mar. Esse é um indicador de poluição fecal,
> que vai me dizer se eu tenho a possibilidade de ter alguma doença ou não
> transmitida por essa água”, disse Cláudia Lamparelli, gerente do setor de
> águas litorâneas da Cetesb.
Para chegar à conclusão de se uma praia é ou não própria para banho, são usados
critérios do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Após essa análise, os locais não recomendados para banho são sinalizados com a
bandeira vermelha. Segundo o órgão, o recomendado é não tomar banho nas águas
das praias que estiverem sinalizadas, já que elas podem causar riscos à saúde
dos banhistas.
3 de 3 Imagem de arquivo – Praia em São Sebastião — Foto: Divulgação/Prefeitura
de São Sebastião
Imagem de arquivo – Praia em São Sebastião — Foto: Divulgação/Prefeitura de São
Sebastião
LISTA DE PRAIAS IMPRÓPRIAS
O Litoral de São Paulo está com 38 praias impróprias para banho, de acordo com o
relatório da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) que foi
atualizado na quinta-feira (2) e que vale até esta quarta-feira (8).
Entre as 15 cidades do Litoral Norte e Sul de São Paulo, São Sebastião
e Santos são as que têm mais praias sem condições de banho: ao todo, são sete praias com bandeira
vermelha em cada.