O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que irá investigar a nomeação de suspeitos de envolvimento com milícias como secretários em Belford Roxo, no estado do Rio de Janeiro. Fábio Augusto de Oliveira Brasil, mais conhecido como Fabinho Varandão, e Eduardo Araújo foram os nomeados para as pastas de Esportes e Indústria e Comércio, respectivamente. Ambos tiveram suas candidaturas a vereador indeferidas por acusações relacionadas à milícia.
O prefeito eleito de Belford Roxo, Márcio Canella, nomeou os dois secretários, que já foram alvo de investigações por suspeita de envolvimento com milícias na Baixada Fluminense. O Ministério Público do Rio de Janeiro vai apurar as nomeações e a possível ligação dos nomeados com atividades ilícitas.
Fábio Augusto de Oliveira Brasil, conhecido como Fabinho Varandão, é réu por extorsão e porte ilegal de arma de fogo. Ele é acusado de liderar um grupo que ameaçava moradores e explorava serviços clandestinos de internet em bairros de Belford Roxo, chegando a ser preso em 2018. Varandão tentou se candidatar novamente a vereador, porém teve sua candidatura impugnada tanto pelo TRE quanto pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Em decisão unânime de 12 de dezembro do ano passado, o ministro Antônio Carlos Ferreira, do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que Fabinho Varandão possui diversos elementos que indicam sua participação em atividades criminosas, como extorsões e porte ilegal de armas, para manter o domínio de atividades econômicas locais.
Já Eduardo Araújo, que assumiu a pasta de Indústria e Comércio, foi condenado a oito anos de prisão por integrar uma milícia na cidade. O grupo do qual fazia parte, segundo a decisão judicial, é responsável por diversos homicídios na Baixada Fluminense. Eduardo também teve sua candidatura a vereador indeferida pelas mesmas acusações que recaíram sobre Varandão.
Diante das polêmicas envolvendo as nomeações dos secretários, a prefeitura de Belford Roxo emitiu uma nota afirmando que, em caso de incompatibilidade de qualquer servidor ou agente público municipal, serão tomadas medidas compatíveis com a moralidade e ética pública, sem nenhuma tolerância a condutas ilícitas. A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro promete trazer mais esclarecimentos sobre as nomeações e o possível envolvimento com atividades ilegais dos secretários nomeados.