Vale-refeição no Rio de Janeiro: pesquisa revela insuficiência do benefício para cobrir necessidades alimentares dos trabalhadores

No Rio de Janeiro, vale-refeição se mostra insuficiente para trabalhadores. Pesquisa indica saldo zerado em 12 dias. Empresas precisam rever valores oferecidos.

O benefício do vale-refeição no Rio de Janeiro está se mostrando insuficiente para cobrir as necessidades alimentares dos trabalhadores. Uma pesquisa realizada pela operadora Pluxee, responsável pelos antigos cartões Sodexo, revelou que os fluminenses estão terminando o mês com o saldo zerado, em média, com apenas 12 dias de uso do benefício. Isso significa que os trabalhadores estão ficando sem acesso à alimentação antes mesmo da metade do mês.

Segundo o levantamento, no Rio de Janeiro, o valor pago pelas empresas aos empregados é suficiente para cobrir apenas metade do mês. Em dezembro, por exemplo, o gasto médio por refeição foi de R$ 58,43, enquanto a média diária oferecida pelas empresas foi de R$ 31,87. Essa diferença pode ser explicada pela falta de reajustes no valor do benefício em relação ao aumento dos preços dos alimentos, que foram acima da inflação oficial divulgada pelo governo.

Os trabalhadores da cidade enfrentam realidades distintas em relação ao poder de compra do vale-refeição de acordo com a região em que estão localizados. Enquanto no Centro o benefício dura o mês todo, no Leblon, por exemplo, ele não chega nem perto disso. Os preços mais elevados na região acabam fazendo com que o vale seja insuficiente, levando os trabalhadores a terem que completar a alimentação com recursos próprios.

É importante ressaltar que o vale-refeição é um benefício oferecido pelas empresas aos seus funcionários, não sendo uma obrigação legal. No entanto, as empresas que aderem ao programa de alimentação do trabalhador recebem descontos em impostos. A discrepância entre o valor do benefício e o custo real da alimentação evidencia a necessidade de uma reavaliação por parte das empresas para garantir que os trabalhadores tenham acesso a uma alimentação adequada ao longo de todo o mês.

Diante dessa realidade, o economista Natale Papa alerta para a importância de considerar os aumentos reais dos preços dos alimentos na hora de definir o valor do vale-refeição. O descasamento entre a inflação oficial e o custo real dos alimentos impacta diretamente no orçamento dos trabalhadores, tornando a alimentação fora de casa um fardo financeiro cada vez maior. Portanto, é fundamental que as empresas revejam suas políticas de benefícios para garantir a saúde e o bem-estar de seus colaboradores.