Você sabia que o Ano Novo já foi em março? Veja curiosidades sobre a data festiva que acontecia no início da primavera no hemisfério norte. A mudança para janeiro ocorreu após a criação de um novo calendário romano e católico, instituindo a celebração para o primeiro dia do ano.
Se voltássemos alguns séculos no tempo para o mês de janeiro, o Ano Novo ainda estaria um pouco distante, devido à celebração ocorrer em março. Tudo mudou com a criação de um novo calendário pelos romanos e pelos católicos, a fim de reestruturar a organização do tempo.
Em entrevista ao DE, Francisco Thiago Silva, historiador e professor da Universidade de Brasília (UnB), explicou que a origem do réveillon remonta a épocas anteriores ao cristianismo. Diversos povos, como os persas, fenícios, assírios e gregos, já realizavam celebrações para marcar a transição para um novo ano.
A celebração em 1° de janeiro foi estabelecida pelos romanos em 46 a.C. e reforçada no século 16 pela Igreja Católica. Antes disso, a festa ocorria em março por representar o início da primavera no hemisfério norte, sendo posteriormente deslocada para janeiro.
O mês de janeiro foi criado pelos romanos no século 8 a.C. para homenagear Jano, o deus da mitologia romana que simboliza começos e mudanças. Mesmo assim, a celebração do Ano Novo pelos romanos era realizada no início da primavera, em março, no hemisfério norte.
Em 46 a.C., o calendário romano foi substituído pelo calendário juliano em homenagem ao imperador Júlio César, fixando o início do ano em 1° de janeiro. A oficialização do Ano Novo nessa data foi realizada pelo Papa Gregório 13, através da criação do calendário gregoriano no século 16.
Apesar da mudança, houve resistência à nova data em determinados locais da Europa por soar como uma afronta devido à sua ligação com um deus pagão. Britânicos seguidores da Igreja Anglicana, por exemplo, só oficializaram a data em 1752, demonstrando a diversidade cultural na celebração do Ano Novo.
O Ano Novo segue sendo comemorado em datas distintas por diferentes povos, como chineses, judeus e muçulmanos, que não celebram a transição em 1° de janeiro. Independente da data, a celebração marca o início de um novo ciclo, com a reflexão sobre o passado e a projeção de boas energias para o futuro, uma prática que une culturas de ocidente e oriente.