Investigação aponta que idoso morreu após receber 4 doses de quimioterapia de uma vez: ‘Agora é contar com a Justiça’, diz família
Uma investigação realizada pela Polícia Civil indicou que Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, faleceu após receber quatro doses de quimioterapia de uma vez durante um tratamento no hospital MedSênior, em Belo Horizonte, em agosto deste ano. O enfermeiro e a médica responsáveis pelo tratamento foram indiciados por homicídio por dolo eventual, o que significa que não havia intenção, mas assumiram o risco de matar. A pena prevista para esse crime pode variar de 6 a 20 anos de prisão.
Segundo informações da investigação, o enfermeiro aplicou quatro injeções, totalizando 8,78 mg do medicamento, sendo que a prescrição médica indicava apenas 2,29 mg. O profissional não respeitou as etiquetas que estavam nas seringas, que indicavam os nomes de outros pacientes que estavam recebendo o tratamento. Apesar de comunicar a enfermeira-chefe sobre o ocorrido, ele não registrou o incidente no prontuário e ainda retirou as etiquetas de todas as injeções. Já a médica responsável também foi informada, porém não tomou nenhuma providência para reverter a situação.
A família de Nilton Carlos Araújo, representada por sua filha Carolina Araújo, lamenta a situação e relembra como as celebrações de final de ano foram difíceis sem a presença do idoso. Eles continuam a relembrar a presença do ente querido em todos os momentos e agora aguardam um desfecho na Justiça. A Polícia Civil indicou que os profissionais envolvidos no caso não seguem mais trabalhando na rede de hospitais MedSênior e que não seguiram os protocolos de segurança da empresa, o que contribuiu para o agravamento do estado de saúde do paciente.
O resultado das investigações será analisado pelo Ministério Público, que decidirá se apresentará uma denúncia à Justiça contra o enfermeiro e a médica envolvidos. Caso a denúncia seja aceita, um processo judicial será instaurado contra os acusados. A família de Nilton Carlos Araújo aguarda por justiça e lembra como o idoso começou a passar mal logo após a superdosagem de quimioterapia, vindo a falecer quatro dias depois no hospital MedSênior, em um desfecho trágico para a situação. A polícia ressaltou que os profissionais assumiram o risco de matar ao não agir para tentar salvar a vida de Nilton, mesmo com todos os recursos disponíveis.