Voluntários contam como é dedicar o tempo livre para atuar como Papai Noel, distribuir doces e brinquedos no Natal
O DE ouviu relatos de três pessoas que realizam ações solidárias e doações nesta época do ano. ‘Às vezes, uma balinha, um sorriso já vale tanto a pena, né?’, diz voluntária.
O fim de ano influencia no aumento das ações de solidariedade. Mas o que nem todos sabem são os sentimentos e as motivações de quem protagoniza esses atos.
Por conta disso, o DE [https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/] foi conhecer histórias de voluntários que, de diferentes maneiras, conseguem impactar a vida de muitas pessoas, principalmente as mais carentes.
Eles compartilharam o que os motivou a ter essas iniciativas e como, com pouco, é possível fazer a diferença na vida daqueles que enfrentam dificuldades.
Para eles, o espírito do Natal vai além de presentes: trata-se de gestos de carinho e amor que iluminam e aproximam as pessoas.
Conheça abaixo as histórias:
MOTIVAÇÃO PARA FAZER A DIFERENÇA
1 de 9 Valéria é voluntária há seis anos e faz o bem para as crianças das comunidades de Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Alexandre Valverde
Valéria é voluntária há seis anos e faz o bem para as crianças das comunidades de Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Alexandre Valverde
Valéria Luquetti, 60 anos, mãe e avó, tem se dedicado ao trabalho voluntário nas comunidades de Ribeirão Preto (SP) há seis anos.
O início dessa jornada foi algo inesperado, movido por um gesto simples de um amigo que procurava ajuda para distribuir doces às crianças no Natal. Valéria, com sua disposição para ajudar, prontamente colaborou, e o que começou com a doação de balas, logo se transformou em um grande projeto.
> “Um amigo meu falou pra mim assim: ‘amiga, eu vou sair distribuindo bala para as crianças e vou vestir de Papai Noel. Você me doa um pacote de bala?’ Eu falei: ‘claro que eu dou.'”
Esse momento desencadeou a criação do ‘Natal Mais Doce’, um projeto que se propaga com o objetivo de levar alegria a crianças em comunidades carentes, focando especialmente nas proximidades da Via Norte.
O nome do projeto surgiu de uma conversa com suas filhas, quando Valéria e a família pensaram em um título que refletisse a essência do trabalho.
> “Sabe por quê? Porque, eu falei, adoçar a vida das pessoas é tão bom, né? Às vezes, uma balinha, um sorriso já vale tanto a pena, né?”
A cada ano, o projeto cresce, incluindo não apenas doces, mas também brinquedos para as crianças, formando kits que são cuidadosamente montados por Valéria.
“Eu monto os kits sozinha, porque se eu ponho 20 balas no primeiro pacote, até no último tem que ter 20 balas. Não adianta eu querer fazer de qualquer jeito. Pra fazer de qualquer jeito, eu não faço, entendeu?”
2 de 9 ‘Natal mais Doce’: Valéria fazendo o bem e tirando sorrisos das crianças carentes em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Alexandre Valverde
‘Natal mais Doce’: Valéria fazendo o bem e tirando sorrisos das crianças carentes em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Alexandre Valverde
Para Valéria, a dedicação e a qualidade dos kits são essenciais, e ela sempre busca garantir que todos recebam o que merecem, de forma justa e igualitária.
A logística do ‘Natal Mais Doce’ é feita com muito cuidado, sempre com o objetivo de alcançar o máximo possível de crianças. Valéria e sua equipe organizam uma carreata para percorrer as comunidades. Como Valéria descreve, a chegada do grupo é sempre marcante. “Eles sentem pelo cheiro, eu acho. A gente chega fazendo uma buzinada, um barulho.”
Valéria é movida pelo amor e pela satisfação de ver a felicidade das crianças. Ela confessa que o que realmente importa para ela é a expressão de alegria das crianças.
“O que vale para mim é a carinha de alegria e satisfação, isso porque não tem preço, entendeu?”
3 de 9 Valéria com amigos e familiares fazendo a ação voluntária no dia 22 de dezembro de 2024 em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Alexandre Valverde
Valéria com amigos e familiares fazendo a ação voluntária no dia 22 de dezembro de 2024 em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Alexandre Valverde
CONVERSA, CAFÉ E CARINHO
A advogada Adriane Melo, de 44 anos, é voluntária do projeto “Café com Afeto”. Ela revela a profundidade e o impacto de sua atuação nas comunidades de Ribeirão Preto, especialmente entre as mulheres do Recreio Anhanguera.
Seu trabalho surgiu de uma relação de amizade com mulheres dessa comunidade e foi se expandindo de forma espontânea e solidária. O projeto começou de uma forma simples, com a distribuição de café para as mães que acompanhavam seus filhos, e como esse gesto foi um ponto de virada.
4 de 9 ‘Café com Afeto’: Adriane com amigos na ação solidária do dia 17 de dezembro de 2024 em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Elaine Cristina de Carvalho Borges de Oliveira
‘Café com Afeto’: Adriane com amigos na ação solidária do dia 17 de dezembro de 2024 em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Elaine Cristina de Carvalho Borges de Oliveira
Ao longo dos anos, o trabalho incluiu eventos culturais, como danças e música, e até sorteios, para atender as necessidades das mulheres e das crianças da comunidade.
Segundo Adriane, o sucesso do projeto está em perceber as necessidades além da comida, como as questões de saúde e qualificação profissional.
“Quando você identifica um problema nas famílias, é um problema interligando o outro. São camadas e mais camadas”, explica, evidenciando a complexidade das questões que as famílias enfrentam.
O “Café com Afeto” busca, além da ajuda imediata, dar suporte a essas mulheres para que possam conquistar uma vida mais digna, oferecendo desde cesta básica até ajuda em tratamentos médicos.
5 de 9 Adriane fazendo o bem para as mulheres das comunidades carentes de Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Gustavo Adrian Melo de Siqueira
Adriane fazendo o bem para as mulheres das comunidades carentes de Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Gustavo Adrian Melo de Siqueira
O projeto foi particularmente desafiado pela pandemia, que obrigou a mudança nas formas de atendimento, mas também levou o “Café com Afeto” a se reinventar, intensificando a assistência com entregas de alimentos e auxílio para problemas de saúde.
> “A gente teve que parar com o nosso café da manhã solidário, só que as necessidades se intensificaram. O que aconteceu foi que a gente passou a atender todas as famílias moradoras da comunidade”.
Sobre o Natal, Adriane compartilha que, tradicionalmente, o projeto sempre realiza ações especiais, como o almoço e os eventos para as crianças. Neste ano, a celebração foi focada em um evento de confraternização que aconteceu na terça-feira (17) com presentes, salgadinhos e Papai Noel.
6 de 9 ‘Café com Afeto’: Papai Noel distribuindo presente e alegria para crianças carentes de Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Luciana Almeida
‘Café com Afeto’: Papai Noel distribuindo presente e alegria para crianças carentes de Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Luciana Almeida
Ao falar sobre a importância da solidariedade, especialmente no Natal, Adriane transmite uma mensagem sobre empatia e acolhimento.
> “A solidariedade é a empatia, que é o que a gente sempre precisa nesse Natal. Procurem essas ONGs, esses projetos, vejam onde eles vão estar atuando, de alguma forma tentem contribuir.”
7 de 9 ‘Café com Afeto’: Adriane, como voluntária do Projeto Social, espalha alegria e solidariedade nas comunidades de Ribeirão Preto, SP — Foto: Fotos: Amur Castanheira / Adriane Melo
‘Café com Afeto’: Adriane, como voluntária do Projeto Social, espalha alegria e solidariedade nas comunidades de Ribeirão Preto, SP — Foto: Fotos: Amur Castanheira / Adriane Melo
PAPAI NOEL QUE LEVA DOÇURA AO NATAL
André Luis da Costa, de 51 anos, que mora em Barretos (SP) [https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/cidade/barretos/], além de ser Papai Noel, tem se dedicado também ao trabalho voluntário com o objetivo de levar alegria às crianças em situação de vulnerabilidade social, especialmente no Natal.
Segundo André, o ‘Natal Doce’ foi criado para levar presentes e guloseimas a crianças dos bairros mais carentes da cidade, como Santa Cecília, Ibirapuera e Dom Bosco. Ele destaca que a iniciativa surgiu de sua própria vontade de fazer a diferença.
“Eu quero ir até os lugares e fazer essa diferença, porque eu sei que faz diferença na vida delas”, diz.
8 de 9 André Luis da Costa em dia de festa com crianças em Barretos, SP — Foto: Du Mateus
André Luis da Costa em dia de festa com crianças em Barretos, SP — Foto: Du Mateus
O que move suas ações não é apenas um desejo de distribuir presentes, mas proporcionar uma experiência que possa realmente impactar a vida das crianças.
A campanha é realizada com a ajuda de sua esposa e de amigos, que colaboram na arrecadação e na embalagem dos presentes. Ele destaca a importância de levar a alegria do Natal àqueles que, por diversos motivos, não têm acesso a experiências típicas dessa época, como ver o Papai Noel.
> “Quem não pode ir ao shopping me ver, quem não pode ir lá me dar um abraço, um beijo, eu quero ir até os lugares”, explica André, com a missão de espalhar a magia do Natal para todos.
9 de 9 Papai Noel André Luis da Costa de Barretos (SP) deseja saúde e harmonia nesse Natal — Foto: Juvenal Nascimento
Papai Noel André Luis da Costa de Barretos (SP) deseja saúde e harmonia nesse Natal — Foto: Juvenal Nascimento
André acredita que a entrega de chocolates e doces é um símbolo de carinho e solidariedade. Para ele, não importa o tamanho do presente, mas sim a intenção por trás dele.
> “Eu acho que é obrigação do Papai Noel espalhar o máximo que puder o espírito do Natal”.
Para ele, qualquer pessoa pode se envolver em ações de solidariedade, independentemente dos recursos. A verdadeira chave para transformar a realidade está na ação, e que, com apenas alguns telefonemas, é possível mobilizar o mundo.
*Sob supervisão de Hélio Carvalho e Thaisa Figueiredo
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