Diretor do Deic afastado após ser citado em delação sobre corrupção policial e elo com PCC nega ter cobrado propina: ‘injustiçado’
O governo estadual decidiu afastar dois delegados, Fábio Pinheiro e Murilo Roque, após serem citados por Vinicius Gritzbach em uma denúncia ao Ministério Público. O empresário acabou sendo assassinado após sua delação, na qual mencionou ainda o político Antonio Olim, que negou qualquer irregularidade. Fábio Pinheiro, conhecido como Caipira, afirmou estar se sentindo injustiçado e planeja entrar com uma ação por calúnia para se defender das acusações.
Gritzbach acusou o diretor do Deic e outros delegados de corrupção e ligação com o PCC, antes de ser morto em novembro. O empresário revelou detalhes de um suposto esquema de propina envolvendo advogados e delegados, com valores milionários em jogo. Parte do dinheiro foi repassada em espécie e parte seria feita por meio de imóveis e transferências bancárias. As investigações estão em andamento para esclarecer o caso.
A defesa de Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves, advogado envolvido na delação, negou as acusações apresentadas por Gritzbach. O delegado Murilo, também afastado pelo governo, não se pronunciou sobre o assunto. O delegado Olim, por sua vez, que já estava licenciado da Polícia Civil por ser deputado, refutou as acusações do empresário em sua delação. Uma força-tarefa foi criada para investigar possíveis irregularidades cometidas pelos delegados citados.
Além dos delegados, Gritzbach denunciou outros sete policiais ligados ao Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa por suspeita de corrupção e envolvimento com o PCC. A investigação apontou movimentações financeiras ilegais envolvendo os suspeitos, totalizando cerca de R$ 72 milhões em cinco anos. O empresário, antes de ser assassinado, acusou os policiais de cobrarem propina para não investigá-lo por dois homicídios.
A execução de Gritzbach foi registrada por câmeras de segurança, mostrando dois homens encapuzados e armados fugindo após o crime. Dois suspeitos foram presos, mas um terceiro continua foragido. As autoridades também investigam a possível participação de policiais na execução do empresário. Uma conversa gravada pelo delator indicou o envolvimento de membros do PCC oferecendo dinheiro a policiais para cometê-lo. A investigação segue em andamento para esclarecer todos os fatos relacionados ao caso.