Ex-secretário e traficante em ‘acordo espúrio’: denúncia por corrupção no RJ

Ex-secretário e traficante envolvidos em 'acordo espúrio' são denunciados por corrupção. Montenegro liberou traficante em troca de apoio político.

O ex-secretário e traficante envolvidos em um ‘acordo espúrio’, conforme denunciado pelo Ministério Público, teriam combinado a volta para a casa do criminoso em troca da liberação de Wilton Carlos Rabello Quintanilha, conhecido como Abelha, apontado como um dos chefes da facção criminosa Comando Vermelho. De acordo com o MP estadual, Raphael Montenegro, então secretário de Administração Penitenciária, foi o responsável por comandar pessoalmente a soltura do traficante em questão.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apresentou a denúncia contra Raphael Montenegro e Abelha por corrupção. Quando liberado, Abelha ainda tinha um mandado de prisão pendente. Segundo as investigações, Raphael Montenegro era ciente dos problemas jurídicos enfrentados por Abelha.

A denúncia descreve um suposto acordo entre Montenegro e o traficante, visando benefícios políticos. A soltura de Abelha teria sido parte de uma troca de favores entre os dois, onde o ex-secretário seria beneficiado ao fazer campanha em comunidades sob domínio da facção criminosa. Anos mais tarde, Raphael Montenegro se candidatou a deputado estadual, contando com o apoio de Abelha e sua família.

Conversas em aplicativos de mensagens revelam o suporte político dado pelo traficante ao candidato Raphael Montenegro. Áudios autorizados pela Justiça mostram a relação próxima entre o ex-secretário e a família de Abelha. Em um desses diálogos, Dulcinéia, mãe do traficante, agradece pelo apoio dado a seu filho, demonstrando a estreita ligação entre as partes.

Apesar do escândalo envolvendo Montenegro e Abelha, o ex-secretário foi solto após breve período de prisão e lançou sua candidatura politica sem impedimentos. Mesmo com o apoio do traficante, Raphael Montenegro não conseguiu obter votação suficiente para conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, recebendo apenas 3.737 votos. O desenrolar deste caso controverso continua a despertar interesse e especulação na opinião pública.