Relatório da CPI recomenda nova licitação e suspensão de pagamentos em Pouso Alegre (MG) – Últimas notícias

Relatório de CPI recomenda suspensão de pagamentos e nova licitação em Pouso Alegre (MG). Investigação apura suspeita de fraude em contrato público na Prefeitura.

Relatório de CPI que apura suspeita de fraude em contrato público recomenda
suspensão de pagamentos e abertura de nova licitação em MG

Relatório final foi apresentado nesta quinta-feira (19) na Câmara Municipal.
Ministério Público investiga a suspeita contratação direta ilegal e de fraude em
contrato público na Prefeitura de Pouso Alegre (MG).

Relatório de CPI recomenda suspensão dos pagamentos e nova licitação em Pouso
Alegre [https://s03.video.glbimg.com/x240/13197918.jpg]

Relatório de CPI recomenda suspensão dos pagamentos e nova licitação em Pouso
Alegre

Foi apresentado no fim da tarde desta quinta-feira (19) o relatório final da CPI
que apura a suspeita de contratação direta ilegal e fraude em contrato público
na Prefeitura de Pouso Alegre (MG).

[https://DE.DE/mg/sul-de-minas/noticia/2024/10/21/operacao-segunda-demao-ministerio-publico-investiga-contratacao-sem-licitacao-e-fraude-em-contrato-publico-na-prefeitura-de-pouso-alegre-mg.ghtml]

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A Comissão Parlamentar de Inquérito recomendou que seja feita uma nova licitação
do processo de manutenção predial da Secretaria de Educação, com a suspensão do
pagamento das parcelas restantes.

Ainda de acordo com informações apuradas pela EPTV, afiliada Globo, é
recomendado também que seja feita uma auditoria para apurar o processo
licitatório e a execução da manutenção dos prédios.

Prefeitura de Pouso Alegre (MG) — Foto: Tales Souza/PMPA

Prefeitura de Pouso Alegre (MG) — Foto: Tales Souza/PMPA

A leitura do relatório final foi transmitida online pela Câmara. Em entrevista
para a EPTV, o relator Igor Tavares, do PSD, informou que ainda não é possível
apontar quem são os funcionários responsáveis pelo suposto desvio de dinheiro.

O relator indicou que seja feito um reforço na equipe de fiscalização dos
processos licitatórios e das obras executadas com dinheiro público. O relatório
da CPI será entregue à Prefeitura de Pouso Alegre
[https://DE.DE/mg/sul-de-minas/cidade/pouso-alegre/] e ao Ministério
Público, que apura três contratos firmados entre a administração pública e a
empresa Engetech.

A Prefeitura de Pouso Alegre informou que ainda não recebeu o relatório final e
só irá se manifestar após recebê-lo oficialmente.

A EPTV procurou a empresa citada pelo relator, mas ainda não obteve retorno.

ENTENDA

Em outubro deste ano, o Ministério Público deflagrou uma operação para
investigar a suspeita contratação direta ilegal e de fraude em contrato público
na Prefeitura de Pouso Alegre (MG). A Operação Segunda Demão cumpriu 13 mandados
de busca e apreensão em cidades de Minas Gerais e São Paulo.

Ministério Público investiga dispensa de licitação e fraude em contrato público
na Prefeitura de Pouso Alegre, MG — Foto: Lorena Vale/EPTV

Ministério Público investiga dispensa de licitação e fraude em contrato público
na Prefeitura de Pouso Alegre, MG — Foto: Lorena Vale/EPTV

As investigações do MP indicam que a empresa responsável pelos projetos de
engenharia civil na prefeitura teria incluído itens com valores maiores ao
razoável (sobrepreço) e em quantitativos desnecessários (superfaturamento) nos
editais de licitação.

Três contratos estão sob investigação, envolvendo a manutenção predial nas
Secretarias de Saúde e Educação, a reforma do Casarão dos Junqueiras e a
construção de um muro na escola Irmão Dino Girardelli. Em um dos contratos,
referente à reforma do Casarão, o MP recomendou à prefeitura a suspensão.

INVESTIGAÇÃO

O MP afirma que os indícios e provas já obtidas indicam que a empresa
responsável pelos projetos de engenharia civil seria responsável por
supostamente inserir nos editais de licitação itens com valores superiores ao
razoável (sobrepreço) e/ou em quantitativos desnecessários (superfaturamento).

Conforme o MP, a empresa contratada lançaria, em tese, quantidades e itens
irreais nas medições de seus serviços, o que permitia que recebesse além do
efetivamente necessário. Os contratos investigados são:

MP investiga dispensa de licitação e fraude em contrato público na
Prefeitura de Pouso Alegre, MG — Foto: Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)

MP investiga dispensa de licitação e fraude em contrato público na Prefeitura de
Pouso Alegre, MG — Foto: Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)

* Contrato nº 89/2023 (pregão eletrônico nº 12/2023) para manutenção predial
nas Secretarias de Saúde e Educação;
* Contrato nº 99/2024 (dispensa nº 04/2024) para reforma da cobertura do
“Casarão dos Junqueiras”;
* Contrato nº 163/2024 (dispensa nº 11/2024) para construção de um muro
(gradil) na escola Irmão Dino Girardelli.

“No contrato alusivo à reforma do Casarão dos Junqueiras, o que chamou a atenção
do Ministério Público, foram os valores empregados na ordem de R$ 500 mil, a
estrutura metálica de cobertura, e de R$ 319 mil para fins da sua remoção. Os
valores unitários também, por exemplo, da telha utilizada para a sua cobertura
também chamou bastante atenção. Além disso, os valores para a construção de um
muro tipo gradil na escola do bairro Buritis também é objeto de questionamento
pelo Ministério Público, será obviamente apurado”, disse o promotor.

O promotor também disse que a quantidade de latas de tintas que teriam sido
usadas gerou suspeitas.

“E, por fim, o quantitativo de tintas supostamente empregados pela empresa
construtora, como eu disse, na ordem de 50 mil litros em pouco mais de um ano,
sem o devido laço comprobatório de aquisição desses materiais. De acordo com as
notas fiscais, na ordem de 15 mil litros teriam sido adquiridos contra 50 mil
litros, aproximadamente, fornecidos. O preço do contrato é de pouco menos de R$
600 mil para 300 metros lineares do muro, ou seja, R$ 2 mil reais por metro
linear, desconsiderando, óbvio, outras estruturas que são acessórias”, explicou
o promotor.

De acordo com o MP, até o momento, a estimativa de dano ao erário pode superar
R$ 1 milhão. São investigadas contratação direta ilegal (sem licitação) e fraude
em contrato público. Se comprovados os crimes, a pena pode ser de até quatro
anos de prisão. As investigações continuam.

NOVO DOCUMENTO

Documentos do Ministério Público revelam novas informações sobre a operação
[https://DE.DE/mg/sul-de-minas/noticia/2024/12/13/documento-detalha-transferencias-entre-investigados-por-suspeita-de-fraude-e-dispensa-de-licitacao-na-prefeitura-de-pouso-alegre-mg.ghtml].
Uma delas é a quebra dos sigilos bancários envolvendo nomes ligados à duas
empresas que indicam transações que podem ter servido de passagem para dinheiro
produto de crimes contra a administração e a economia formal, e pede ainda a
continuidade da investigação de lavagem de dinheiro.

O valor total das transferências ultrapassa R$ 1,2 milhão. O documento aponta
algumas delas:

* valores para uma empresa ligada a duas investigadas, somando quase R$ 98 mil;
* para o marido de uma dessas investigadas no valor de R$ 3,5 mil, feita no
mesmo dia da assinatura do contrato da reforma do Casarão dos Junqueiras, no
dia 1º de março de 2024;
* além de transferências feitas para sócios ocultos de uma das empresas,
possíveis prestadores de serviço e para um assessor parlamentar.

O documento ainda pede informações a uma empresa de automóveis sobre a venda de
um veículo para uma das empresas investigada no caso.

Além disso, foi pedido para a Secretaria de Saúde a planta baixa de unidades do
município, como o Pronto Atendimento do Bairro São João, o Núcleo de Emergência,
a Policlínica do São Geraldo, o UBS Pantano e o UBS São Geraldo.

O QUE DISSE A PREFEITURA

Na época, a Prefeitura de Pouso Alegre informou por meio de nota que tomou
conhecimento da operação e tem cooperado com as autoridades. Segundo a gestão
municipal, foram fornecidos documentos e acatado a recomendação proposta pelo
órgão ministerial.

“A prefeitura esclarece que, desde 28 de agosto de 2024, conduz uma investigação
interna para apurar possíveis irregularidades e, ao final das apurações,
implementar medidas corretivas necessárias”, disse a nota.

Ainda conforme a prefeitura, nenhum departamento do município foi alvo de busca
e apreensão durante a operação deflagrada nesta segunda-feira (21).

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