Secretaria de Educação garante atendimento sem alterações para próximo ano letivo em escola de MG

Secretaria Estadual de Educação mantém atendimento na Escola Estadual São Luiz Gonzaga em MG para 2022. Pedido de devolução do prédio pela prefeitura aguarda oficialização.

Atendimento sem alterações para o próximo ano letivo, diz Secretaria Estadual de Educação sobre transferência de escola em MG

Prefeitura teria pedido a unidade onde está a Escola Estadual São Luiz Gonzaga de volta para o Estado. Pedido foi feito pela futura administração, que tomará posse em 2025.

Escola recebe autorização para ficar em prédio cedido pela prefeitura em Elói Mendes

A Secretaria Estadual de Educação informou que o próximo ano letivo deve acontecer sem alterações na Escola Estadual São Luiz Gonzaga, em Elói Mendes (MG). A prefeitura, atual dona do imóvel, teria pedido a unidade de volta para o Estado. O pedido foi feito pela futura administração, que tomará posse em 2025.

A transferência para a Escola Brasileira Alves Pereira gerou protesto e preocupação entre os alunos, pais e professores. A previsão era que a mudança acontecesse no ano que vem.

Para a EPTV, afiliada Globo, a Secretaria Estadual de Educação disse, por meio de nota, que “aguarda a oficialização do pedido de devolução do prédio da unidade escolar” e que, em diálogo com a comunidade escolar, “decidiu pelo fluxo de atendimento sem alterações para o próximo ano letivo”.

O Ministério Público informou para a EPTV que recebeu as respostas dos ofícios encaminhados para a Câmara Municipal e o município de Elói Mendes.

Para o MP, a Câmara informou que realizou audiência pública para tratar sobre o tema e apresentou dados históricos sobre a E. E. São Luiz Gonzaga. A atual administração municipal informou que não houve pedido de desocupação do prédio ou de encerramento das atividades da escola.

Com as informações, o MP abriu um procedimento administrativo para acompanhar a situação. “No entanto, não se vislumbrou prejuízo ao direito à educação, pois todos os alunos seriam remanejados para uma escola próxima, que possui estrutura adequada para tanto”.

Ainda de acordo com o MP, não há elementos suficientes para que haja uma ação da Justiça. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que o estado possui liberdade organizacional no âmbito da educação, inclusive para remanejar alunos, bem como paralisar ou encerrar escolas. Nesse sentido, tem-se que a deliberação sobre abertura e/ou fechamento das escolas, como regra, é ato discricionário do gestor público, nos termos do art. 15 da Lei n.º 9.394/96”.

Quanto a denúncia de irregularidade porque o pedido para a devolução do prédio teria partido da próxima gestão, o MP informou que “não há nada formalizado nesse sentido nos autos do procedimento”.

DE entrou em contato com o prefeito e vice-prefeita eleita, mas ainda não teve retorno.

ENTENDA

A Escola Estadual São Luiz Gonzaga tem atualmente mais de 400 estudantes, segundo a direção. A Secretaria de Educação do Estado afirmou que o prédio da escola é cedido pela prefeitura, que solicitou a devolução do espaço ao Estado.

Em 2020, um termo de permissão de uso do prédio foi firmado entre a prefeitura de Elói Mendes e a Secretaria de Educação do Estado. O documento estabelece um prazo de vigência por 20 anos, mas uma das cláusulas permite a rescisão do acordo a qualquer momento.

Professores, estudantes e pais manifestaram pelas ruas da cidade. Eles caminharam até a Câmara Municipal, onde participaram de uma audiência pública com os vereadores.

O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS

A Câmara Municipal de Elói Mendes disse, após audiência, que foram feitos pedidos de informações para a prefeitura e para as escolas envolvidas. Também foi marcada uma reunião com o Ministério Público.

O prefeito atual, Paulo Roberto Belato Carvalho, do PV, afirmou em nota que o pedido de devolução do prédio não partiu dele, que há recursos suficientes para o pagamento do aluguel, onde hoje funciona a Prefeitura e que não seria necessário pedir de volta o imóvel que já foi cedido ao Estado.

A vice-prefeita eleita para o próximo mandato, Bebeth Valias, do PSD, afirmou que a futura administração pediu prédio de volta. Segundo ela, para economizar com o valor do aluguel onde a prefeitura está hoje e que se junta ao de uma empresa que também hoje guarda os arquivos municipais em Varginha, uma vez que o prédio alugado não tem espaço.

Disse também que a prefeitura vai dar apoio para a mudança e que os alunos e professores vão ser beneficiados, pois vão para um local que é de fato uma escola, já que hoje eles ficam no prédio da antiga prefeitura.