Uma pesquisa inédita realizada na Mata Atlântica revela um panorama sobre como os brasileiros encaram questões ligadas à conservação desse importante bioma. Coordenado pelo Observatório de Aves da Mantiqueira, CEMAVE e ICMBio, o estudo tem como objetivo fornecer diretrizes para futuras ações em prol da natureza. A Mata Atlântica é palco de uma rica biodiversidade, que inclui espécies de aves ameaçadas, como o Crejoá.
Diante do cenário atual, em que questões relacionadas ao meio ambiente estão cada vez mais em evidência, a pesquisa se torna fundamental para entender como a sociedade se posiciona diante das ações de conservação. Realizado no âmbito do Plano De Ação Nacional para Conservação das Aves da Mata Atlântica (PAN), o estudo teve participação de moradores de 617 municípios distribuídos em 16 estados abrangidos pela região da Mata Atlântica.
O relatório de Percepção Socioambiental das Aves da Mata Atlântica revelou que a maior parte da população reconhece a importância da preservação de áreas protegidas e do reflorestamento para garantir o futuro da biodiversidade. No entanto, a pesquisa apontou para uma lacuna entre a consciência da importância da conservação e o conhecimento prático sobre como contribuir efetivamente para essa causa.
Entre os dados revelados pelo estudo, destaca-se a preocupação da população em relação à caça e ao tráfico ilegal de animais silvestres, bem como a falta de conhecimento sobre as ações já em andamento, como o Plano de Ação Nacional. A pesquisa também abordou temas como a reintegração de animais à natureza e a introdução de espécies exóticas, evidenciando a necessidade de reforçar a comunicação com a sociedade sobre tais questões.
Com base nos resultados obtidos, as equipes envolvidas no PAN das Aves da Mata Atlântica planejam desenvolver ações para ampliar o conhecimento e o envolvimento da população. A pesquisa será realizada novamente nos próximos anos para avaliar possíveis mudanças comportamentais e verificar o impacto das ações propostas. O PAN é uma iniciativa coordenada pelo ICMBio com o propósito de conservar espécies ameaçadas, restaurar habitats e reduzir as pressões sobre a biodiversidade na Mata Atlântica.