Por que Minas Gerais tem Marinha? Entenda o papel da instituição no estado
A abundância de ‘águas interiores’ justifica a presença, há quase 100 anos, da Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG), órgão da Marinha do Brasil, no estado.
A Marinha está sob novo comando em Minas Gerais. Na última quarta-feira (29), o capitão de mar e guerra, Alessandro de Paula Lima assumiu o cargo deixado pelo capitão Leonardo Carvalho de Lucena Navaes.
A notícia pode causar estranheza, já que o estado não tem acesso ao mar. Mas o curioso é que, mesmo sem mar, Minas Gerais tem relevância estratégica para a Marinha brasileira. Para se ter noção, o estado é chamado de “caixa d’água do Brasil”.
O potencial hidrográfico das suas ‘águas interiores’ – rios, lagos e represas – é a justificativa para que o estado tenha em seu território a Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG) que, desde 2018, tem sede em Belo Horizonte.
Entre as funções da Marinha, está a regulamentação de transportes aquaviários, inspeções navais e prevenção de acidentes nos rios mineiros. É papel da instituição fiscalizar e orientar os usuários quanto à navegação segura e trabalhar pelo combate a crimes ambientais e prevenção da poluição hídrica.
Anteriormente, a CFMG funcionava em Pirapora, no Norte de Minas, região onde começa o primeiro trecho navegável do Rio São Francisco. Foi lá que, há quase 100 anos, o então presidente Arthur Bernardes criou a Capitania dos Portos de Minas Gerais.
Atualmente, em Pirapora, funciona uma delegacia fluvial, subordinada à capitania. Há outras delegacias no Lago de Furnas, no Sul de Minas, e em Uberaba, no Triângulo Mineiro, instalada em dezembro do ano passado.
Serra da Mantiqueira é a grande caixa d’água do Sudeste.