A Prefeitura de Elói Mendes (MG) revogou a homologação do concurso público realizado no último ano pela gestão anterior. O certame ofereceu 176 vagas distribuídas em 43 áreas e a lista de classificados já tinha sido divulgada em 27 de dezembro. A notícia do cancelamento pegou de surpresa os aprovados, gerando indignação entre eles.
Lorena, que conquistou a sétima posição para o cargo de auxiliar de enfermagem no concurso, expressou sua felicidade ao saber da aprovação. No entanto, a revogação da homologação veio como um balde de água fria, causando frustração e revolta. Foram meses de dedicação aos estudos, analisando provas antigas para se preparar da melhor forma possível.
A decisão de anular a homologação foi publicada em decreto no final de janeiro pelo atual prefeito, que apontou um déficit de mais de R$ 8,9 milhões no orçamento para o ano em curso. Há preocupações com o comprometimento financeiro indevido e possíveis punições previstas na Constituição Federal. Medidas de redução de despesas com cargos comissionados e de confiança foram solicitadas.
O advogado dos aprovados entrou com ação na Justiça para reverter a decisão e contestar as alegações do município. O Ministério Público também está averiguando a situação, ouvindo alguns dos candidatos aprovados. Entre eles, Jesiel Silva Olímpio, que passou em segundo lugar para assistente de educação, questionou a rapidez na anulação do concurso e pediu investigações das autoridades competentes.
O ex-prefeito, Paulo Roberto, respondeu às alegações da nova gestão, afirmando que o concurso foi realizado conforme a lei e com acompanhamento dos órgãos fiscalizadores. Ele contestou a falta de recursos para a folha de pagamento dos concursados, argumentando que o município apresentava superávit no orçamento. Para Roberto, a mudança de administração não justifica o cancelamento do certame.
Diante de toda essa polêmica, é importante que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado investiguem a fundo as alegações e direitos envolvidos, garantindo que os interesses dos aprovados sejam respeitados. A transparência e o respeito às leis devem prevalecer em situações como essa, onde vidas e carreiras estão em jogo. Com esse desfecho ainda em aberto, a população aguarda por uma solução justa e equilibrada.