Há 15 anos com tumor raro, mulher opera boca e volta a sorrir no DF
Maria Elena, de 56 anos, conviveu com dor e inchaço no rosto até início de 2025. Cirurgia foi feita pelo SUS e envolveu mais de 15 profissionais.
Maria Elena dos Santos, de 56 anos, fez cirurgia para retirada do tumor raro pelo DE — Foto: TV Globo/Reprodução
O sorriso de Maria Elena dos Santos, de 56 anos, contagia a todos no Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal. Mas nem sempre foi assim: nos últimos 15 anos, ela conviveu com a dor de um tumor raro que surgiu na sua boca (veja imagem acima).
> “Não conseguia me alimentar, não conseguia tomar água nem de canudinho, porque a boca não fechava, o tumor tava muito grande. A comida, ela caia todinha, era um terror”, conta Maria Elena.
A cirurgia para retirada do tumor, que não era maligno, foi no dia 15 de janeiro, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento durou cinco horas e contou com mais de 15 profissionais.
> “A cirurgia foi uma retirada do tumor, seguida de uma reconstrução mandibular com uma placa de titânio”, conta o cirurgião bucomaxilofacial José William.
Além de uma equipe grande, a tecnologia 3D foi utilizada para recriar a mandíbula da Maria Elena. O modelo foi usado de guia durante o procedimento (veja imagem acima).
> “Com esse modelinho, protótipo, a gente conseguiu remover essa grande parte e planejar uma reconstrução”, explica o médico.
Modelo da mandíbula de Maria Elena produzido com tecnologia 3D — Foto: TV Globo/Reprodução
A cirurgia é o primeiro passo de uma jornada longa de acompanhamento para que o tumor não retorne, aponta José William. Segundo a fonoaudióloga Tuany Aquino, o tratamento segue com sessões de fisioterapia e de fonoaudiologia.
> “A dona Maria passou muito tempo em casa, sozinha, sem poder interagir com as pessoas. Então, agora, após esse momento, a equipe de fonoaudiologia está aqui para trazer essa reabilitação na fala dela, na mastigação e em todos os músculos que envolvem a face”, diz Tuany.
UM NOVO ANIVERSÁRIO
Para Maria Elena, que começou 2025 sem o tumor, a vida vai recomeçando, aos 56 anos.
> “Eu renasci. Todo dia 15 de janeiro eu vou comemorar como se fosse o meu aniversário. Mas meu aniversário de uma vida melhor, uma vida plena”, diz Maria Elena.
Coisas simples, como o ato de comer, que antes era um desafio, ganhou outro significado: o de gratidão. “Hoje eu me alimento bem, já como comida praticamente amassada com garfo. É uma coisa sobrenatural, você não tem ideia, é muito gratificante”, comemora a paciente.
> “Tudo o que eu não fiz durante esses anos todos, eu quero fazer. Eu quero viajar, eu quero estudar, quero trabalhar e ajudar pessoas que estão passando pelo mesmo problema que eu passei”, diz Maria Elena.
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